Personal Branding

Como Construí Minha Marca Pessoal: Uma Jornada de Autoconhecimento e Personal Branding

Sou do tempo em que os termos em inglês começaram a se tornar indispensáveis na comunicação corporativa, especialmente com a ascensão da internet. Para quem trabalha com marketing em empresas de tecnologia, como eu, isso se tornou ainda mais evidente.

Lembro de tentar encontrar um termo em português para minha especialidade, mas como os Estados Unidos desenvolveram toda a disciplina de branding, os anglicismos acabaram prevalecendo. E é aqui que entra o conceito de personal branding, que já não precisa mais ser grafado em itálico.

Gestão da Marca Pessoal

Ao buscar no Google uma definição clara para personal branding, fiquei satisfeita em encontrar a versão em português: gestão da marca pessoal. Claro, o “ing” do termo original resume de maneira sonora o conceito de “gestão”, e é por isso que muitos termos em inglês continuam dominando.

A Importância de uma Marca Forte

As marcas têm o poder de diferenciar produtos, resumir conceitos, economizar tempo em apresentações, criar confiança e gerar segurança nas escolhas. Marcas fortes facilitam negócios: ao reconhecer um símbolo, várias informações são imediatamente processadas, poupando tempo no convencimento do cliente. Esse tempo pode ser dedicado à gestão de marca, uma tarefa árdua, pois eventos, notícias e até mesmo o desleixo podem comprometer toda a construção mental de uma marca. Assim como um sobrenome de família importante, uma marca pode introduzir alguém antes mesmo de uma troca de palavras.

Transição para Marca Pessoal

Como alguém que passou a maior parte da carreira em empresas, estava acostumada a separar vida profissional e pessoal. Vestir a camisa da empresa e fazer parte do time implicava criar uma persona alinhada às características da organização, reforçada por treinamentos, endomarketing (isso ainda existe?) e líderes de equipe. Mas, ao me tornar autônoma, precisei construir uma marca pessoal, quebrando essas fronteiras.

O Processo de Autoconhecimento e Marca Pessoal

Após muita terapia e estudo, e enfrentando o preconceito etário, criei coragem para me apresentar ao mercado de forma independente, oferecendo o que faço de melhor. No entanto, mesmo sabendo o que queria entregar, não sabia como embalar isso. Foi então que, durante um workshop promovido pela She’s the Boss, no Órbi Conecta, fui apresentada à mentoria de marca pessoal. Esse processo me levou a questionar as barreiras entre o pessoal e o profissional.

Uma das primeiras tarefas foi listar as características que me definem. Ao invés de simplesmente descrever qualidades e defeitos, preferi contar histórias sobre o que eu tinha feito ao longo da minha carreira.

Descobrindo Novas Habilidades

A mentora fez uma espécie de tradução das minhas experiências para o mercado. Por exemplo, algo como “revisar textos de uma amiga mantendo o tom de voz dela” se transformou em ghostwriting. Fui pesquisar o termo e percebi que essa atividade estava completamente alinhada com o que eu podia oferecer.

Outro exemplo foi descrever serviços para um cliente de maneira que ele pudesse entender o valor e como aproveitar melhor aquilo. Isso me levou a aprender sobre UX Writing (User Experience Writing). Descobri também que criar conteúdo que afirmasse a autoridade da empresa, algo que fiz por muitos anos, era essencialmente Copywriting para Infoprodutos.

Aos poucos, fui aumentando minha lista de serviços e, com isso, minha autoconfiança.

Definindo a Marca Pessoal

Com o tempo, passei a falar com mais facilidade sobre os adjetivos que me definem. Com as fronteiras entre o pessoal e o profissional já apagadas, essas qualidades, misturadas com feedbacks de chefes e colegas, foram parar em uma tabela de Forças e Fraquezas (ou SWOT). Com a ajuda da mentora, esses elementos compuseram minha marca pessoal, que materializei em uma logo.

Essa logo reflete minhas características através de cores, fontes e outros elementos visuais. Ficou claro para mim que minha herança familiar teve um grande impacto na minha identidade, o que levou a duas definições: minha marca é o meu nome, e o uso de estátuas gregas de deuses mitológicos como símbolos em minha comunicação, nomeados como meu enxoval de marca.

A Gestão do Personal Branding

Depois de todo esse processo de autoconhecimento e criação do meu personal brand, o passo mais desafiador é a gestão contínua. O personal branding, ou a “gestão da marca pessoal”, envolve não apenas o cultivo das minhas qualidades, mas também o trabalho constante para contornar defeitos, aprimorar habilidades e oferecer ao mundo o que tenho de melhor.

Conclusão

Construir e gerenciar uma marca pessoal é um processo contínuo de crescimento e aprendizado. No meu caso, envolve revisitar experiências, alinhar minhas qualidades às necessidades do mercado e continuar aprimorando o que posso entregar. Personal branding, no fim das contas, é seguir nutrindo minhas habilidades e garantindo que o que ofereço seja sempre único e autêntico.

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